Ainda no balanço e contas das eleições europeias, o Público puxa hoje para manchete a pergunta: “Manter o rumo ou mudar de estratégia?”… Adianta depois, que no PS dividido já começou a discussão interna. Já o Diário de Notícias cita em título a garantia do Governo, de manter o rumo e não virar à esquerda. O I segue o rasto dos vencedores e dá a capa a Manuela Ferreira Leite, que, lê-se em manchete, não exclui uma coligação com o CDS, mas só depois das legislativas. Um acordo pós eleitoral, portanto.

Já o JN se deita a outras contas… O mau uso de dinheiro público. As auditorias feitas pelo Tribunal de Contas detectaram uma despesa irregular de mais de mil milhões de euros… por isso, as multas e reposições impostas chegaram o ano passado aos 180 mil euros. A noticia merece referência ainda nas capas do I e do Correio da Manhã e do Diário Económico... Derrapagens nas obras públicas… o túnel do Rossio, o do Terreiro do Paço a ponte Europa, o aeroporto Sá Carneiro, a Casa da Música. Para dar um exemplo, estas 5 obras estavam orçamentadas nos 427 milhões. Acabaram a custar o dobro, quase.

A foto de capa, no JN, vai entretanto para as operações de resgate, do acidente com o Airbus 330 da Air France. Os corpos começam hoje a ser identificados em Recife, Brasil… 16 cadáveres foram já resgatados às águas do Atlântico, assim como a asa vertical, o leme traseiro do avião, o que afasta, para os especialistas, a hipótese de atentado. No Diário de Notícias a mesma fotografia merece um destaque menor e a legenda é também outra. Aqui denuncia-se a alegada insegurança, já detectada nestes aparelhos. Os pilotos da Air France ameaçam ficar em terra, enquanto a Airbus não reforçar as normas de segurança… Consta que os pilotos portugueses já o tinham denunciado e consta também que a TAP já mudou os sensores em todos os Airbus iguais ao que caiu no mar.

E depois Vítor Constâncio. O governador do Banco de Portugal esteve ontem em S. Bento, a responder à comissão parlamentar de inquérito. Do que ficou dito , o essencial resume-se a isto. Constâncio não se demite a pedido deste ou aquele deputado, ou partido,,, Constâncio diz que não falhou a supervisão ao BPN, dessem-lhe mais poderes e outro galo cantaria… Constâncio diz que não tem esqueletos no armário. “O meu lixo está limpo”, foi o que disse, quando a conversa se desviou para uma certa tentação do CDS, em procurar na vida de alguns o tal lixinho comprometedor… E Constâncio diz que está a ser vítima de uma tentativa de destruição e linchamento… E Constâncio diz que há mais dois importantes bancos portugueses, a ser alvo de apertada investigação neste momento… Pelo caminho, ficou também o descontetamento de Nuno Melo, do CDS, por se ter agendado a reunião para o dia seguinte às eleições, sendo que ele é o único representante do partido e tinha-lhe dado jeito um dia para descansar das emoções da véspera e preparrar-se para o inquérito ao governador do Banco de Portugal.

Outra matéria, que merece fotografia de capa, pelo menos no Público, é o protesto dos polícias, ontem ás portas de S. Bento. Deitaram os bonés para o chão, depois enfiaram-nos todos ao monte num caixote de cartão e foram entregá-los a José Sócrates… Mil polícias em protesto contra o estatuto de carreira… ou se quisermos, em protesto pelo estatuto de carreira. Ficou a promessa. O próximo passo pode ser uma espécie de greve dos polícias. Ontem ficou também a saber-se, que se romperam as negociações entre o Governo e o principal sindicato da PSP.

E depois há ainda este estudo, que o DN cita em chamada de capa, que diz que o corredor entre o Lumiar e o castelo de S. Jorge em Lisboa é o que tem pior qualidade do ar. Uma situação que está a causar problemas respiratórios nas crianças. Daí o título: “Poluição gera enchentes de crianças nas urgências.”

Saindo pela direita alta da capa do DN, deixo-vos com o alerta… A Indústria de guerra bateu recordes… ou seja, o ano passado a despesa em armamento quase duplicou em relação ao volume de vendas de 1999. Diz o jornal, que a culpa é do terrorismo internacional e da ambição russa e chinesa… Numa lista publicada lá para dentro ficamos a saber que , mesmo assim, a China surge em 2º lugar, com um total de 85 mil milhões gastos em armas, enquanto os Estados Unidos permanecem os mais perdulários na matéria, com uma despesa de 697 mil milhões, em armas de guerra.