Vamos lá, então!


A partir de hoje, doravante e para o futuro, é aqui que podeis ficar a par e passo certo com a actualidade que realmente interessa, à medida que os gatos vão deixando os jornais do dia, ainda a cheirar a peixe, ao pé do Quiosque e à mão de semear da Maria Pandilha, uma vossa criada e criatura fortemente empenhada na livre circulação de informação, ideias e outras merdas.
Por isso as vendo ao preço que as compro, as notícias do dia.
Se cheiram a peixe, a culpa não é minha. Se quereis jornais a cheirar a tinta, comprai-os vós, que isto não é a Santa Casa, gaita!

Vamos lá, então.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

de pés p'rà frente

E hoje talvez entrasse pela primeira do I, que vem bastante compostinha e variada. 
E começaria por aqui: Emigração na Saúde... Arábia Saudita quer 100 enfermeiras portuguesas e oferece 39 mil euros livres de impostos, 54 dias de férias e casa de borla... Segue depois a tituleira contando que a Europa tem 79 milhões de pobres e desperdiça metade dos alimentos. Já em letra mais miúda acrescenta-se que, depois da EDP, investidores chineses são até agora os únicos candidatos à compra da REN – a Rede Energética Nacional... Diz também que as reservas de ouro do Banco de Portugal valem agora 15 mil milhões, valorizando assim 25% em relação a 2011, e isto por causa da subida da cotação do ouro nos mercados internacionais... Quase a cair da capa temos ainda a notícia de que as duas centrais sindicais estão em pé de guerra por causa de umas declarações de João Proença. Carvalho da Silva admite apresentar queixa nos tribunais, daí o título: Revolução no trabalho dá zaragata entre CGTP e UGT. Para acabar, falta ainda referir este outro título de capa: Não é maçonaria , é a confraria...  e a fotografia de Paulo Portas, vestido a rigor, como membro de uma confraria não identificada. Porque Portas deu a entender que não era maçon, ele que até estudou nos jesuítas... Daí o título e a foto. Acrescenta o I que os confrades são aos milhares e também usam roupas estranhas.
E vamos em frente. O semanário Sol faz título com uma outra declaração de João Proença -  uma greve geral não faz sentido nenhum – o jornal lembra que, na Grécia, desde que começou a crise, já se realizaram 17 greves gerais. 
Também o Sol fala dos investimentos chineses em Portugal e avisa que um banco chinês se quer instalar cá no 2º semestre deste ano...
E vamos a contas. Segundo o Económico,  a Banca está a invadir o mercado com a venda de produtos anti- crise...    deixem que vos diga... Estais à vontade mas lede, por favor, com atenção a letra miudinha antes de assinardes qualquer coisa.. Em frente.
No de Negócios, o diagnóstico arrasador de Daniel Bessa, ex ministro da Economia de Guterres. 
Diz assim: "cada português que emigra resolve 2 problemas – o dele e o dos outros."  Depois segue afirmando que o buraco do BPN é uma brincadeira, se o compararmos com o papel de Vitor Constâncio, enquanto foi governador do Banco de Portugal, juntando-lhe depois a política do próprio Antº Guterres e depois a de José Sócrates... E chega de contas.
No Correio da Manhã temos a Judicária investigando estas obras fantasma, alegadamente encomendadas, ou patrocinadas, por um colaborador próximo de Isaltino Morais. O jornal fala em parcerias público privadas sob suspeita, no centro e oeste da grande Lisboa, fala em contratos para empreitadas em escolas e que nunca se chegaram a realizar...
No Jornal de Notícias, a manchete leva-nos até Penalva do Castelo, onde este miúdo de 12 anos é visto como o terror da escola.  Diz o jornal que ameaça os colegas com armas e navalhas  e paus e que por isso é revistado regularmente todos os dias. Consta que chegou a levar uma espingarda de pressão de ar para a escola para intimidar os colegas. Diz também o JN que os pais dos outros miúdos já apresentaram queixa...

E entretanto ela move-se,  a Guimarães Capital Europeia da Cultura.
Começa oficialmente amanhã e hoje, por exemplo o Jornal de Notícias diz que o evento já deu mote a uma nova moda de tatuagens...  
Diário de Notícias lembra que o programa das festas começa amanhã e que  um dos objectivos do evento é mostrar aos turistas o que de bom existe e se faz no país... O que pode ser bastante louvável, mas estou em crer que reduz um pouco o conceito e espírito original da coisa em si. Enquanto capital europeia seja do que for, espera-se um programa mais ambicioso do que mostrar aos turistas – mesmo isso – o que de melhor existe em Portugal... Para isso existem as agências de viagem e os operadores turísticos...
E o Público . Aqui a Guimarães 2012 merece destaque maior com fotografia e tudo. 
Já a legenda não adianta grande coisa. Diz assim: "Capital Europeia da Cultura 2012. Guimarães com um pé no que já foi e outro no que vai ser." 
Eu não vos disse? Com que então, com um pé no que já foi e outro no que vai ser!?...
Ainda que mal pergunte, com um pé no que já foi e outro no que vai ser, não estamos nós todos , todos os dias, desde o  momento em que nascemos, até ao último sopro da nossa vida?!...
E a partir daí, o caminho costuma ser de pés p'rà frente. 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

traições na corte

E hoje porque hoje é Quinta temos a Visão e a Sábado,
E na edição desta semana, a Sábado leva-nos em visita guiada até à loucura, as intrigas e os escândalos das duas únicas rainhas de Portugal. D. Maria 1ª, e d. Maria 2ª. Lembra a revista que sobreviveram a tudo: tentativas de homicídio, traições na corte e até às manias sexuais dos homens da família.
Já a Visão dá o destaque às novas regras do mercado de trabalho e, de forma um pouco dramática até, resume a matéria neste título: TrabalhosForçadosJá em chamada de capa e com destaque bem mais modesto a Visão esta semana trás para contar sobre as novas terapias contra o cancro... dos tratamentos já disponíveis em Portugal e no resto do mundo e das investigações mais promissoras...
Quanto aos jornais diários... uma boa parte deles dedica-se hoje ainda às sequelas  do acordo laboral acabado de assinar pelos parceiros sociais. 
No Diário Económico, João Proença da UGT explica-se e justifica-se. Diz o sindicalista que se não tivesse assinado o acordo, seria bem pior para os trabalhadores portugueses, porque as medidas seriam ainda piores.. cita o caso da meia hora extra de trabalho, que acabou por ser riscada do acordo, o que, para JoãoProença, ao que parece, terá sido vitória bastante, para o convencer... Faz questão de sublinhar que, se houvesse conflituosidade social em Portugal podíamos cair numa situação semelhante à grega.  Enfim, à grega e a de todas as outras, onde o mesmo cenário se repete e onde as pessoas perderam já a paciência. E, como se sabe, os protestos começaram já a sair à rua em várias cidades europeias, que não só Atenas...  Acrescenta ainda que esta questão da paz social  é a grande vantagem do acordo com o Governo. Acredita, portanto e eventualmente, João Proença que, tal como ele próprio, também os trabalhadores portugueses acham que, ter desistido da meia hora extra de trabalho, chega para garantir a paz social e transformar o acordo laboral mais aceitável.
No Diário de Notícias, em chamada de capa, temos este anúncio: Agência de rating europeia avança este ano.   Acrescenta-se que, as conversações com as instituições financeiras portugueses, começam já nas próximas semanas... Diz também o jornal que já confirmou com a Rolland Berger Strategy Consultants -  se não conheciam, fica apresentada...  e que esta Rolland Consultants  confirmou estar em negociações com vários bancos europeus, para criar a primeira agência de rating europeia. 
A chamada de capa remata com este parágrafo curto e surpreendente: o objectivo é conseguir arrecadar 300 milhões de euros para o capital já no primeiro trimestre deste ano. Ora aí está! O objectivo destas primeiras conversas, entre os bancos e a tal consultora, claro está...  
Já que o objectivo mesmo da futura agência espera-se que seja fazer o contraponto e apresentar o contraditório aos vaticínios, prognósticos, diagnósticos, prenúncios e augúrios das Standard's and Moody's das Ficth’s and Poor's. E por aí...
E no Público deixem que sublinhe este inquérito à democracia portuguesa. É um estudo inédito, o primeiro feito sobre a qualidade da democracia portuguesa... E os resultados indicam que a insatisfação está a aumentar. 
56% dos inquiridos ainda acreditam que a democracia é o melhor de todos os sistemas e formas de governar... mas há  15% de portugueses que admitem que, em algumas circunstâncias, um governo autoritário é preferível a um governo democrático... 
Deixemos as diferenças semânticas entre autoridade e autoritarismo...   mas admitamos que, mesmo sem autoritarismo, aliás de preferência sem autoritarismo...  Portugal agradecia talvez um pouco mais de autoridade...  Aquilo que dispensa grandes efeitos ou salamaleques, mas que se impõe naturalmente e por si só. Com autoridade.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

e afinal o napoleão não era marroquino!

E hoje começo por estas duas chamadas de capa... 
Primeiro a do Públicoque lança a questão e muito provavelmente há-de dar a resposta no desenvolvimento do assunto. Sendo o assunto este: Porque é que D.Sebastião fascina o Brasil? 
A outra vem no Diário de Notícias e anuncia-se desta forma: ADN desfaz o mito de Napoleão árabe.
E só mais uma... 
No Jornal de NegóciosAssessores requisitados pelas Finanças ao banco central mantêm subsídios...  Já em letra mais miúda acrescenta-se que os quadros do Banco de Portugal, que trabalham para o Ministério das Finanças, mantém o vínculo à instituição de origem, o que faz, portanto, com que não sofram qualquer corte nos vencimentos, mantendo o direito a subsidio de Férias e de Natal.
Do resto da actualidade... Os jornais quase todos fazem capa com o resumo da reunião da concertação social. Aqui no de Negócios anuncia-se que os despedimentos  foram alargados em alterações de última hora... e que nesse sentido, por exemplo, as rescisões amigáveis com subsídio de desemprego vão ser mais acessíveis, que as empresas ganham mais poder na escolha do pessoal a despedir...  
Jornal de Notícias faz manchete com a novidade de que os patrões conquistam o Sábado de trabalho.  O Diário de Notícias explica que os patrões podem impor trabalho ao Sábado e só pagar mais 25%. O Económico lembra que faltas sem motivo junto às pontes tiram 4 dias de salário... 
Já o Público resume o assunto e a reunião de ontem com esta palavra – Desconcertados – acrescentando, em sub título, que o acordo tripartido, entre ao Governo, as Associações Patronais e a UGT, já que a CGTP abandonou os trabalhos e hoje promete desfilar até ao Parlamento... que o acordo tripartido torna mais fácil e mais barato despedir e reduz indemnizações, subsídios, férias e feriados...  A rematar o anúncio, o jornal escreve que – planos estratégicos ficam para depois...
E do que sobra, as pontas soltas... 
Vem no JN, que o Estado está a asfixiar a Porto Vivo – porque falta dinheiro para pagar salários à entidade – a PORTO VIVO – que trata da reabilitação urbana da cidade. Ressalva-se no entanto que não está em causa a realização dos projectos em agenda.
Na primeira do I  damos de caras com Adolf Hitler. Homessa?! E porque carga d'água?...  
Porque uma editora alemã desafia a proibição de publicar obras de Hitler na Alemanha. 
Isto é o que diz a legenda, que apresenta a fotografia  de Hitler, que ocupa boa parte da primeira página... No entanto, se formos à página onde a notícia se desenvolve, acabamos por concluir que ela é bem mais modesta, do que a capa prometia. E nem é uma editora alemã, mas uma editora inglesa, quem quer publicar excertos do Mein Kampf de Hitler, na Alemanha...   Pode ir dar quase ao mesmo, mas não é o que vem na capa. De maneira nenhuma. Não são obras, são excertos de uma obra e a editora é inglesa... Quanto à reedição alemã do Mein Kampf, pode ser que sim, mas só lá para 2015.. 
Tirando isso e toda a polémica que rodeia o assunto, a verdade é que o livro está disponível para venda, através da internet para quem fizer mesmo questão. Em inglês, em alemão e se calhar até em Yiddish!...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

uma outra coisa qualquer, única no Estado...

E hoje os jornais destacam duas matérias em particular.

Comecemos por esta. Foi ontem a julgamento o caso das agressões a uma jovem pelos colega da escola. Ficou conhecido como o caso Facebook, porque as imagens da agressão foram publicadas na internet... dos 6 jovens implicados nas agressões, um foi absolvido e os outros 5 foram condenados a penas de prisão , mas com pena suspensa. São obrigados a acabar a escola ou a tirar um curso profissional, se não o fizerem vão presos...


E depois o resultado da reunião de ontem do conselho da concertação social... foi uma reunião longa e o jornal I fala em revolução no trabalho. O Público diz que se foi mais longe do que pedia o acordo assinado com a tríade do FMI, BCE, e Comissão Europeia... o despedimento será mais barato a partir de Novembro – diz o Económico... faltar junto a um feriado vai custar dois dias de trabalho, escreve o Diário de Notícias... 
De ontem, vem também a notícia de que o mercado paralelo, ou a economia paralela, ou o mercado negro... enfim, esse, representa já mais de 25% do produto interno bruto nacional... por outras palavras, no caso, em números, a fuga ao fisco anda pelos 40 mil milhões de euros. Segundo o Correio da Manhã, por exemplo, este empresário , diz que muito reputado, do ramo do mobiliário... só ele parece que deve meio milhão de euros em impostos. Está a ser investigado...
E depois chegamos à manchete do dia.
Sem sombra de dúvidas este é o título mais surpreendente dos últimos tempos, ou pelo menos desde os tempos de Luis 14... "Lei de Vitor Gaspar protege banco central de cortes nos salários" - é a manchete do Jornal de Negócios. Em sub título acrescenta-se que as Finanças dizem que o Banco de Portugal é soberano na decisão... e em entrada de texto lê-se ainda que a nova lei orgânica do Ministério das Finanças, aprovada em final de Dezembro, reforça a protecção do Banco de Portugal contra os cortes salariais aplicados a toda a Administração Pública. Assim sendo – continua o Jornal de Negócioso Banco de Portugal deixa de ser uma autoridade administrativa independente, como os outros reguladores, para assumir um papel único no Estado... 
Portanto, o Banco de Portugal deixa de ser uma autoridade administrativa independente, para ser considerada uma outra coisa qualquer, única no Estado... 
A rematar a prosa, o jornal escreve que no Banco de Portugal se entende que um corte salarial seria uma violação grave da lei laboral. Desta forma... e com o estatuto especial que o ministério – ia a dizer da tutela, mas se calhar isso ofenderia o estatuto especial e único do Banco Central Nacional... que , ao que parece, o Banco de Portugal tutela-se a ele próprio... portanto – desta forma – e com o estatuto especial que o governo central lhe reconhece, o Banco de Portugal não viola a lei do trabalho, mas talvez atente um pouco mais que um pouco, contra o respeito que merece a assim chamada esmagadora maioria do povo trabalhador, que não trabalha no Banco de Portugal.