Vamos lá, então!


A partir de hoje, doravante e para o futuro, é aqui que podeis ficar a par e passo certo com a actualidade que realmente interessa, à medida que os gatos vão deixando os jornais do dia, ainda a cheirar a peixe, ao pé do Quiosque e à mão de semear da Maria Pandilha, uma vossa criada e criatura fortemente empenhada na livre circulação de informação, ideias e outras merdas.
Por isso as vendo ao preço que as compro, as notícias do dia.
Se cheiram a peixe, a culpa não é minha. Se quereis jornais a cheirar a tinta, comprai-os vós, que isto não é a Santa Casa, gaita!

Vamos lá, então.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

sexta feira 3 abril 2009

E deixem que invoque esta passagem do filme de Kusturika, “o gato branco, gato preto”, ou vice-versa, que nunca consegui fixar o nome do filme. Mas para o que importa, diz assim lá pelo meio, a personagem daquele traficante meio alucinado e que é mais ou menos isto: o que não se consegue resolver com dinheiro, resolve-se com muuuuito dinheiro!

E pronto, a cimeira do G20, em Londres, está concluída e a crise parece que sob controlo. A crise e os seus mais directos suspeitos. Pelo menos, e segundo a manchete do Público, os líderes chegaram a acordo e acreditam no fim da crise mundial.

Em chamada de capa ainda no Público, Eduardo Cabrita, secretário de Estado da tutela, vai a Alpiarça reinaugurar um lavadouro municipal. Porque a real inauguração já foi há mais de 70 anos. Esteve depois fechado durante 3 décadas e reabre agora com novas funções, como a de galeria de arte e artesanato e espaço cibernético, poderia chamar-se-lhe uma espécie de ciber café, não fosse tratar-se de um lavadouro de roupa. Dos iniciais 12 tanques, ficaram 4 para evocar a memória do antigo lavadouro.

Na primeira do Jornal de Notícias e a toda a largura do cabeçalho, Ana Jorge, a ministra da Saúde, recusa-se a aceitar a troca de medicamentos de marca por genéricos, nos balcões das farmácias. Uma guerra que ainda agora vai no adro e que hoje revela mais um ou dois argumentos, no mínimo curiosos, defendidos pela classe médica.

O destaque vai entretanto para a economia doméstica. E diz assim: Prestação da casa nunca baixou tanto. Isto porque o Banco Central Europeu reduziu a taxa para 1,25% e antecipa nova descida para o mês que vem. A simulação, a que o jornal se dedicou, aponta para casos de menos 300 euros, na mensalidade das prestações.

É o que se diz também na primeira do Correio da Manhã. Mas aí a manchete vai para os estagiários da GNR. Outras contas.

Diz o Correio, que os estagiários não têm dinheiro, que no fim do mês, muitos deles já andam a sandes, que há dois subsídios em falta e que este mês é que o comando da Guarda vai começar a pagar a dívida, que se arrasta desde Setembro.

Na capa do DN a guerra é outra e divide opiniões até mesmo entre as fileiras do próprio Ministério Público. Diz a manchete do DN, que o Ministério Público está dividido sobre ouvir ou não, José Sócrates no âmbito do caso Freeport, seja como arguido, seja como testemunha.

È também a capa do 24 horas. O caso Freeport. Diz o jornal que há um documento oficial que afirma que, Lopes da Mota, procurador geral adjunto, está “pouco determinado em fazer avançar o caso”… esta última frase vem entre aspas, o que indica que é assim mesmo que está escrito no tal documento oficial que o jornal refere. O documento foi redigido e trás a chancela do Serious Fraud Office, o Gabinete britânico das fraudes sérias, ou, melhor dito, das fraudes a sério.

Já agora e ainda no contexto deste mesmo caso, regresso rapidamente ao DN. O jornal, ou antes, um colunista do DN foi chamado a tribunal, para se explicar melhor. A queixa foi apresentada pelo 1º ministro e porquê? Porque o colunista escreveu que ouvir Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte da Cicciolina… Foi isto que terá ofendido o primeiro ministro… E a verdade é que a falta de rigor é lamentável. Nada garante que uma mulher, mesmo actriz pornográfica, não possa ser uma feroz defensora da monogamia!