Vamos lá, então!


A partir de hoje, doravante e para o futuro, é aqui que podeis ficar a par e passo certo com a actualidade que realmente interessa, à medida que os gatos vão deixando os jornais do dia, ainda a cheirar a peixe, ao pé do Quiosque e à mão de semear da Maria Pandilha, uma vossa criada e criatura fortemente empenhada na livre circulação de informação, ideias e outras merdas.
Por isso as vendo ao preço que as compro, as notícias do dia.
Se cheiram a peixe, a culpa não é minha. Se quereis jornais a cheirar a tinta, comprai-os vós, que isto não é a Santa Casa, gaita!

Vamos lá, então.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Paulo Rangel tem de comer muita papa Maizena para chegar aos calcanhares de Basílio Horta… consta que deu polémica e que o próprio se queixa de agressão verbal. Seja como for é manchete do Público, a troca de palavras entre o ministro Manuel Pinho, da Economia e o deputado social-democrata Paulo Rangel. O contexto do diálogo vamos deixá-lo para outras núpcias. Fixemo-nos antes nesta dúvida, que o jornal, eventualmente sem querer, deixa no ar. Diz aqui que o ministro queria, com a parábola, chamar criança a Rangel, mas que terá cometido mais uma gaffe, porque o que se dá às crianças é farinha láctea como -e o jornal cita duas marcas conhecidas de farinha láctea para crianças…

Ora a dúvida que fica é justamente essa… qual a ofensa maior, ter convidado Paulo Rangel a comer farinha para crianças, ou ter-se confundido as marcas e mandado o deputado comer farinha de fazer bolos e engrossar molhos?...

E chega de farinha! O outro destaque de capa no Público de hoje dá conta do decréscimo, do número de processos para protecção de crianças. É a primeira vez, desde que os dados e toda a informação estão centralizados numa Comissão Nacional, que se verifica a descida do número de novos processos para protecção de crianças e jovens em risco, uma baixa de quase 1%.

No DN, a manchete faz-se com o Banco Privado Português… o Governo está divido quanto a deixar ou não cair o banco. Diz o sub título que o ministro Teixeira dos Santos, das Finanças, não concorda com a recapitalização, que o banco reclama. A última palavra pode pertencer ao Banco de Portugal e à CMVM.

Logo abaixo com fotografia em plano muito aproximado… Manuel Alegre e um tabu. O que gostamos nós de tabus, meu deus do céu! Pois o tabu de Manuel Alegre é o de saber-se se se recandidata ou não a deputado da Assembleia. Ora aí está e parece ser tabu de importância tal, que os apoiantes do deputado até já começaram a ser convocados para uma reunião geral dia 15 num hotel de Lisboa. Esperemos tranquila e civilizadamente por dia 15.

No JN diz-se que estão 4 mil professores em risco de desemprego. Isto porque, segundo os sindicatos, são professores dos politécnicos mas com vínculo precário e que hão-de ser afectados pela actual proposta de alterações ao estatuto de carreira.

O outro destaque vai para a gripe A, suína, mexicana… Diz o JN, que as medidas portuguesas são suficientes e que ontem regressaram do México 350 turistas , que não registaram qualquer sinal de gripe, pelo menos desta que se fala.

Já o Brasil não se pode orgulhar de tanto... Diz o Correio da Manhã, que o vírus ameaça o país. Quanto aos turistas, de que o JN falava, diz o Correio que, apesar de não haver sinais alarmantes, as autoridades aconselharam-nos a ficar uma semana em casa.

A manchete do Correio vai entretanto para outras maleitas.

Desta vez é do BPN que se fala, sendo que a abordagem e chamada de capa vão para o dinheiro – e consta que não seria pouco – que Luís Figo e Catarina Furtado era para receberem e não receberam, por terem emprestado o rosto, o nome e o prestígio, em campanhas de promoção do Banco Português de Negócios. Enfim, pior ainda e talvez do que isso é a suspeita, que se levanta logo a seguir. Fala-se em 48 milhões de euros, que supostamente Figo e Catarina haveriam de receber… pois diz a manchete que esses contratos serviram para lavar os tais 48 milhões de euros. Ou seja, aparecem nas contas do banco como pagamento aos artistas e os artistas não receberam ainda um real.

E chegamos ao 24 Horas, onde , com breve chamada de capa, se continua falar do caso BPN.

Só que agora, invoca-se o caso do conselheiro de Estado, Dias Loureiro, que – cita o 24 -enquanto esteve no BPN assinava de cruz os documentos que lhe apresentavam…

De cruz. Se o conselheiro o diz… vamos acreditar; mas, assinar de cruz é o que costuma fazer quem não sabe escrever… os analfabetos, portanto. E nem é bem assinar. Estou em crer que a cruz que deixam no lugar da assinatura é mais para que mais ninguém assine em nome deles, ou seja, para não haver surpresas desagradáveis, como esta a que o conselheiro de Estado agora se sujeita.

Os analfabetos sabem-no. Inutilizam o espaço da assinatura com uma cruz e depois deixam a impressão digital, única e irrepetível, ao lado. Essa sim, valendo pela firma autêntica do assinante. Isso é assinar de cruz.

Já quando se quer provar uma cega confiança… assina-se em branco.

Pode, na mesma, riscar-se uma cruz no espaço da assinatura e imprimir um dedo sujo de tinta, ao lado, para autenticar o documento, no caso dos analfabetos, claro, só que o documento está em branco.

Como é pouco provável que o BPN tenha contratado um analfabeto para a administração, o mais certo, portanto, é o conselheiro de Estado Dias Loureiro ter, enquanto trabalhava com o BPN, assinado documentos em branco, ou sem os ler, o que vai dar quase ao mesmo, sendo que é mais isso, que a figura de estilo quer dizer. Mas, seja como for, não deixa de revelar, convenhamos, tanto de boa fé, quanto de imprudência, por parte do ex bancário, ou lá que porra de cargo, o cavalheiro tinha no BPN.

Sem comentários:

Enviar um comentário