Vamos lá, então!


A partir de hoje, doravante e para o futuro, é aqui que podeis ficar a par e passo certo com a actualidade que realmente interessa, à medida que os gatos vão deixando os jornais do dia, ainda a cheirar a peixe, ao pé do Quiosque e à mão de semear da Maria Pandilha, uma vossa criada e criatura fortemente empenhada na livre circulação de informação, ideias e outras merdas.
Por isso as vendo ao preço que as compro, as notícias do dia.
Se cheiram a peixe, a culpa não é minha. Se quereis jornais a cheirar a tinta, comprai-os vós, que isto não é a Santa Casa, gaita!

Vamos lá, então.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Depois era só dividir por 20

E hoje o Diário Económico resume o ponto da situação na Grécia...
Grécia aceita pacote de austeridade com violência nas ruas... 
Já o Público escreve este título um pouco dúbio – Parlamento grego aprova nova vaga de austeridade. Em sub-título acrescenta-se que a violênciade ontem em Atenas deixou vários edifícios em chamas .  Um dos edifícios atacados – já segundo o Diário de Notícias – foi o banco de Atenas, atacado com cocktails molotov.
E já que estamos no Diário de Notícias, vamos à manchete que nos remete para outras guerras, mais perto da porta, mas também fruto da crise em curso e tudo o resto. Diz assim:  Fim do feriado de Carnaval custa ao Estado 2 milhões e 300 mil euros , só em subsídios de refeição. E para fechar este DN fiquemo-nos com mais estas duas chamadas de capa: recém licenciados já devem quase milhão e meio de euros aos bancos. Foram empréstimos para pagar os estudos, que os bancos consideram já como crédito mal parado e por isso mesmo – para grandes males grandes remédios – fecharam a linha de crédito para estudantes... A outra diz que, por causa da violência juvenil nas escolas , uma empresa privada avançou com cursos de defesa pessoal para professores. Artes marciais incluídas. Custam 50 euros, os cursos, pagos pelos próprios interessados, naturalmente, mas é uma ideia que não reúne consenso entre a comunidade escolar...
No Jornal de Notícias –  saúda-se o regresso do Futebol Clube do Porto à senda das vitórias, depois de bater ontem a União de Leiria por 4 a zero.. e destaca-se depois a corrida às hortas urbanas... as razões são já conhecidas.. agora o JN escreve que já há listas de espera para hortas nas cidades. Só na área metropolitana do Porto há quase 2 mil pessoas em lista de espera por um talhãozinho de 25 metros quadrados em terrenos municipais.
Da primeira do Correio da Manhã sublinhava só este título, que nem é manchete, apesar de merecer depois duas páginas em desenvolvimento no interior do jornal – e o que diz o título? Que o Banco de Portugal paga um salário médio de 4842 euros por mês...  Isto de médias é  sempre um terreno muito escorregadio... vejamos... se eu ganhar 600 euros por mês e o meu primo ganhar 9 mil euros, se nos somarmos e dividirmos por dois, sabeis que média vai dar?... nem mais! 4800 euros... voilá! E adiante.
Vem no de Negócios que vão passar a ser vigiadas, as casas que compram e vendem ouro.. Um negócio que surgiu em força nos últimos tempos por razões óbvias... a polícia desconfia que este negócio esconda e patrocine a compra de ouro roubado. A lei que vai gerir essa vigilância deverá estar pronta em Março.
E por fim o jornal I.
E aqui sublinhava só esta chamada de capa e nem tanto pelo que anuncia, mas pela forma como o faz.
O assunto tem  a ver com os casamentos  homossexuais. O jornal lembra que faz hoje anos, que a lei foi aprovada e que desde então...vamos ler – dois anos de casamentos gay – 1200 já casaram, 24 já desistiram. Ora, desistiram de casar, ou divorciaram-se?... A entrada de texto que se segue responde a isso, mas faz mais – revela como se escreve um título capcioso e de espalhafato.. ou seja... diz depois que nestes dois anos se realizaram 600 casamentos e que 12 deles deram em divórcio.. estão a ver a arte da coisa?   1200 já casaram- claro, o que dá 600 pares de pessoas  e depois 24 desistiram ou seja 12 pares divorciaram-se... e de repente o número parece que baixa para metade, o que não é verdade. Em verdade, se os tivessem contado, por exemplo,pelos dedos, literalmente, aos nubentes... Teria dado, em vez de 24, 480. Depois era só dividir por 20 que é quantos dedos tem uma pessoa na soma de mãos e pés...

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