É manchete no Jornal de Negócios, que o Governo aumentou os apoios a estágios nas empresas...  continua depois o pequeno texto de entrada, dizendo que a comparticipação financeira do Estado nos estágios dos desempregados aumentou de 55 para 65% do valor das bolsas, em empresas com menos de 10 trabalhadores. Na maioria dos casos, o valor dessas bolsas mantém-se, contudo, inalterado, sendo que há esta excepção ... quando o trabalhador tem apenas o ensino básico, o valor da bolsa diminui...

Mas fiquemos pela manchete: Governo aumenta apoios a estágios nas empresas... o próximo passo será talvez acabar com os estágios não remunerados, que vão alimentando o mercado de trabalho mais ou menos paralelo...

No Económico, nem de propósito, uma vez mais se deitam contas ao desemprego, para se concluir que, em Janeiro, ele atingiu 580 mil pessoas em Portugal.

No Público, anuncia-se que o combate à crise pode passar pelo corte de apoios às empresas em lay off. Assim sendo, este ano, apenas as empresas dos sectores automóvel, comércio, madeiras, mobiliário, têxtil, vestuário e turismo serão abrangidas .

E logo abaixo, outra chamada de capa, no Público , resume um estudo nacional, que conclui que dez por cento dos portugueses não têm dinheiro para comprar os medicamentos que os médicos lhes receitam... acrescenta ainda o jornal, que o problema se agrava, quando os médicos passam as receitas sem saberem, ou perguntarem se o doente tem dinheiro para o medicamento. Acrescenta também que são também os médicos quem, na maior parte das vezes aconselha um genérico. Agora, a manchete do Público vai para o ensino e diz que as escolas públicas portuguesas perdem cada vez mais alunos para o ensino privado. As razões da preferência são a segurança, a estabilidade do corpo docente, ou a percepção de um projecto educativo virado para o sucesso... Há também outras razões, que o jornal aponta.. enfim, talvez um pouco mais patetas estas, mas mesmo assim, perfeitamente razoáveis... é o sentimento de pertença a uma classe social superior, que leva os pais a matricularem os filhos em escolas privadas. Um pouco parolo, mas é assim mesmo.

Na primeira do I, a manchete recupera o caso de um blog inconveniente... diz assim: autor do blogue procurado pela Interpol trabalha no Ministério das Finanças...

Rebobinando a história, escreve-se em sub título, que foi o ex director dos Impostos, Paulo Macedo, quem apresentou queixa à Judiciária contra esse blog – o Jumento, de sua graça, o blog – por publicar informação confidencial... O caso seguiu mesmo para as mãos da Interpol, para se concluir agora que o dono do Jumento é, ou foi , um quadro superior do Ministério das Finanças...

Ainda na primeira do I e no seguimento do acidente com um autocarro escolar nos Açores, o jornal pergunta: o transporte escolar é seguro? É que a lei não impõe, por exemplo, cadeirinhas seguras para os alunos...

O desastre nos Açores faz também a capa do JN... autocarro levado pela enxurrada - diz a legenda à fotografia... os pais da menina, que continua desaparecida, disseram já ao Correio da Manhã que perderam a esperança de recuperarem a filha com vida... Já quanto à manchete, o Correio da Manhã diz que os grandes – sendo os grandes de que se fala aqui, os clubes de futebol portugueses.. esses devem 632 milhões... não se chega muito bem a perceber se devem ao fisco ou aos fornecedores, ou a quem... mas devem. É o passivo acumulado dos 3 grandes do futebol nacional, Benfica, Porto e Sporting... o Benfica é o que deve mais ...

O 24 Horas dá destaque ao acidente nos Açores e puxa para o topo da capa o convite... Conheça todos os luxos dos nossos craques na África do Sul.. sendo os craques de que se fala , os jogadores da selecção nacional de futebol... naturalmente...

E no DN, à falta de fotografias de mais corpos de gente morta... temos hoje em fotografia de capa uma fotografia de gente viva e cheia de saúde... milhares de voluntários, que se deixaram fotografar por Spencer Tunick, o fotógrafo norte americano, nus e em frente à Òpera de Sidney... diz que foram 5200 nus pela igualdade...  a ideia, diz o autor, era mostrar ao mundo que a Austrália apoia uma sociedade sem diferenças. Se lhes tivessem enfiado uma saca pela cabeça, a ideia ficava ainda mais expressiva, mas talvez não fosse tão fotogénico...