Vamos lá, então!


A partir de hoje, doravante e para o futuro, é aqui que podeis ficar a par e passo certo com a actualidade que realmente interessa, à medida que os gatos vão deixando os jornais do dia, ainda a cheirar a peixe, ao pé do Quiosque e à mão de semear da Maria Pandilha, uma vossa criada e criatura fortemente empenhada na livre circulação de informação, ideias e outras merdas.
Por isso as vendo ao preço que as compro, as notícias do dia.
Se cheiram a peixe, a culpa não é minha. Se quereis jornais a cheirar a tinta, comprai-os vós, que isto não é a Santa Casa, gaita!

Vamos lá, então.

sexta-feira, 3 de julho de 2009


O gesto é tudo. Por esta hora, não deve haver vivalma em Portugal, que ainda não tenha visto o gesto, que precipitou a saída do ministro Manuel Pinho do Governo. Vem em todas as capas dos jornais de hoje, os económicos incluídos.

Indicadores tramam Pinho – escreve o Jornal de Negócios em manchete. Claro que os indicadores, de que se fala aqui, não são os indicadores económicos da confiança, ou falta dela dos investidores, dos consumidores, do chamado tecido empresarial… Os indicadores aqui são mesmo os dedos indicadores do ministro, espetados, um de cada lado da testa de Manuel Pinho, em momice e resposta a uma alegada provocação, que lhe estava a ser feita do lado da bancada comunista.

E porque o gesto é tudo, foi esse gesto que ordenou a demissão do ministro…

É o que se diz, se bem que mais correcto seria talvez dizer-se que, o que tramou Pinho, como diz o de Negócios, foi o facto dos deputados , para começar, se terem sentido particularmente ofendidos com esse gesto. Não tanto com o tom, em que o debate estava a decorrer, ou como se diz às vezes , o nível do debate. Porque em S. Bento, mesmo em off, ou seja, sem ser directamente para o microfone e para a Assembleia, já vimos intervenções – digamos assim – bem mais truculentas e – essas sim - manifestamente ofensivas…

Mas neste caso foi o gesto e não a palavra. E o gesto toda a gente o viu. As televisões, aliás, fizeram questão que toda a gente o visse até à exaustão…

Mas nem assim se desfez o mistério. O mistério do real significado do gesto de Manuel Pinho. Admitamos que, o que o ministro fez, foi imitar, com os indicadores espetados, dois cornichos de mafarrico, ou se quisermos, para o insulto ser mais acessível e terra a terra, os cornichos de algum animal nosso conhecido. Um caracol, um bode, um boi do Minho... Não interessa, um animal com cornos.

Ora bom, fê-lo, o ministro, encenando o gesto na própria cabeça… se quisermos, como quem ameaça alguém de uma investida próxima e violenta… porque, se a intenção fosse insinuar que alguém teria alguma semelhança ou grau de parentesco com o referido animal,,, haveria que, seguidamente, apontar para o visado, como quem diz: este és tu! Assim, fica a dúvida. O que terá realmente chocado a Assembleia?…

O ministro ter supostamente querido chamar qualquer coisa menos própria a um deputado , ou ter o ministro ameaçado que estava com vontade de resolver a discussão de forma mais – digamos assim- radical ?...

E em notícia breve, o JN dá hoje conta do protesto da Greenpeace, ontem , junto à sede da Jerónimo Martins em Lisboa.

Os ambientalistas protestavam contra a ausência de uma política sustentável de compra de peixe. Depois de 12 horas de protesto, escreve o JN, 10 dos manifestantes acabaram detidos pela polícia.

O jornal não diz qual o passo seguinte no protesto da Greenpeace, neste particular; o que se sabe é que, se a Associação, mais do que repor alguma razoabilidade nas compras do grupo Jerónimo Martins, o tivesse mesmo forçado a cancelar, por exemplo e absurdo, a compra e venda de pescado, para dar um pouco de descanso aos mares e rios, para dar tempo à fauna marinha de se recompor … o mais certo era os clientes começarem a ir comprar peixe a outro supermercado qualquer.

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