Vamos lá, então!


A partir de hoje, doravante e para o futuro, é aqui que podeis ficar a par e passo certo com a actualidade que realmente interessa, à medida que os gatos vão deixando os jornais do dia, ainda a cheirar a peixe, ao pé do Quiosque e à mão de semear da Maria Pandilha, uma vossa criada e criatura fortemente empenhada na livre circulação de informação, ideias e outras merdas.
Por isso as vendo ao preço que as compro, as notícias do dia.
Se cheiram a peixe, a culpa não é minha. Se quereis jornais a cheirar a tinta, comprai-os vós, que isto não é a Santa Casa, gaita!

Vamos lá, então.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Diz o Público que a resolução é histórica. A notícia é que o Senado norte americano acaba de pedir perdão, pela escravatura e pelas leis segregacionistas.

Foi ontem, véspera do dia em que se celebra o fim da escravatura nos Estados Unidos , que o Senado, numa resolução simbólica aprovada e aclamada por democratas e republicanos e em nome do povo americano, pediu formalmente desculpas, pela escravatura e pela segregação racial.

O texto do mea culpa foi patrocinado pelo senador democrata Tom Harkin, reconhecendo a injustiça fundamental, a desumanidade da escravatura e das leis que a apoiavam… as leis Jim Crow, que só foram abolidas em 1964, quase cem anos após a abolição da escravatura… as leis Jim Crow foram promulgadas principalmente nos estados do sul e negavam aos negros, entre outras coisas, o direito ao voto , dando assim cobertura legal a todo o tipo de segregações raciais .

Esta resolução, agora aprovada, assemelha-se a uma outra , já aprovada em Julho do ano passado pela Câmara dos Representantes e retoma, no fundo, os próprios termos da Declaração de Independência dos Estados Unidos, reclamando um novo envolvimento do Congresso – estou a citar … “um novo envolvimento do Congresso no princípio segundo o qual todos os seres são criados iguais e com os direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à procura da felicidade.”

Há no entanto um sublinhado importante, no texto desta declaração. Diz o Público, que o texto ressalva, que este pedido público de perdão não pode servir de suporte de nenhuma queixa contra os Estados Unidos. Ou seja, dificulta as intenções de alguns, que reclamam indemnizações para os descendentes de escravos. Comunidades afro-americanas – diz o jornal - que reclamam essas indemnizações como forma de compensação, pelo sofrimento dos antepassados.

Ou seja , querem receber dinheiro – que as indemnizações geralmente é assim que são pagas, em dinheiro. Querem portanto receber dinheiro, como compensação do sofrimento, que os antepassados viveram enquanto escravos. Hoje, estes homens e mulheres libertos das grilhetas de uma escravatura que nunca chegaram realmente a conhecer ou a sofrer na carne… pedem dinheiro, para se sentirem mais … mais quê?… mais livres?!...


E estas duas notícias repesco-as ainda das páginas do jornal Público. Aliás e em bom rigor, resgato-as da página do Público, que elas vêem ambas na mesma página.


A primeira diz que a Igreja Católica dá resposta a meio milhão de casos de carência. O levantamento foi feito pela Universidade Católica e entregue ontem aos representantes do Episcopado, nas Jornadas Pastorais, que decorrem em Fátima.

Associações e instituições sociais ligadas à Igreja Católica dão neste momento resposta a mais de meio milhão de casos de carência, empregando mais de 23 mil pessoas nessas acções. Registe-se que faltam aqui os números do voluntariado, que nem sempre são fáceis de apurar e junte-se a isso também o facto de algumas das instituições contactadas pela Universidade se terem recusado a responder ao inquérito. Consta que apenas metade dos centros sociais o fez.

Mas, das respostas apuradas, ficou-se a saber que o apoio domiciliário das instituições católicas abrange mais de 25 mil casos… Porque é justamente no apoio domiciliário a idosos e a crianças, que esse apoio é mais relevante. É para aí que os esforços são prioritariamente dirigidos. Em contraponto – escreve o Público – estão os casos de doentes com sida, os toxicodependentes e os deficientes… aqui, consta que a percentagem de intervenção da Igreja é menor.

Duas breves questões, que ficam em aberto, no contexto de tão auspiciosa notícia… Primeiro : porque é que metade dos centros sociais se recusou a colaborar no inquérito?

E depois, porque razão esta apetência particular por crianças e idosos, relegando para um plano secundário doentes de certas patologias, como o HIV, ou a dependência de drogas, ou até mesmo os deficientes?!…


A outra breve, que o Público puxa para a conversa, ainda nesta mesma página, tem a ver com a controversa participação de um toureiro de menor idade, numa festa de toiros no Campo Pequeno.

O jornal já tinha falado dele, deste Michelito, toureiro franco mexicano de 11 anos, um matador de toiros, com alguns rabos e orelhas no currículo e que era para ter vindo, mas afinal não veio. A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Lisboa acabou por proibir a participação do jovem na anunciada bezerrada do Campo Pequeno. Era para ser ontem.

Não é absolutamente certo, que o protesto da Associação Animal tenha sido decisivo, no veredicto final da Comissão , no entanto, hoje, o jornal volta a sondar a opinião do representante da associação. Miguel Moutinho, presidente da Animal disse ao Público que – abram-se aspas – “a participação de crianças em touradas constitui não só uma violação dos direitos dos animais, mas também uma violação dos direitos das crianças”. Fecham-se as aspas, para se abrir uma nova interrogação… quanto aos direitos das crianças , poderemos estar de acordo, sem grande esforço… o que custa mais a perceber é porque é que a participação de uma criança numa tourada constitui uma violação dos direitos dos animais… Voltamos ao mesmo. Para um toiro deve ser bastante indiferente, ser lidado por uma criança, ou por um adulto. Enfim, com uma criança talvez que a humilhação lhe seja mais insuportável, mas o desfecho e para o que realmente importa, na óptica do animal, claro, há-de ir dar ao mesmo.

A questão aqui é que, se os toureiros, por exemplo, tivessem tão pouco cuidado com os toiros, como outros profissionais têm ás vezes com as palavras… haveriam muitas mais colhidas graves a lamentar nas arenas portuguesas. Oh Oh e por supuesto.


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