Ida, o mais velho antepassado do homem. Ida, a tia-avó de 47 milhões de anos que esconde uma parte da nossa evolução faz hoje capa no DN e no jornal Público. Ida é um lagarto, ou melhor o fóssil de uma espécie de lagarto, que acaba de ser descoberto na Alemanha e que, segundo os jornais, pode revelar o elo perdido entre os primatas e os animais mais primitivos.
Depois, Público e DN completam as capas com duas iniciativas do Governo Português. No DN diz-se que o Governo autoriza armas de fogo à segurança privada… acrescenta-se em sub título que todas as polícias se manifestam contra esta medida, por temerem o aumento da violência… No Público, por enquanto é só uma intenção… a do Governo liberalizar as margens de lucro dos remédios… também aqui há quem ache má ideia. A Indústria, diz o Público que a Indústria considera que o anteprojecto favorece os interesses das farmácias… Aqui, desculpem, mas estamos ou não perante uma evidência laPaliceana?... Se se liberaliza as margens de lucro, seja do que for, a haver ganho, será forçosamente do comerciante, no caso, as farmácias… adiante.
No JN a matéria de capa é o caso da professora de Espinho acusada de expor a vida íntima nas aulas. É esta a manchete do JN, se bem que o que está aqui em causa, ao que parece, não será tanto a professora ter exposto a própria vida íntima nas aulas, mas mais os termos e a forma como o fez… Já se sabia que o processo, que pode levar até à demissão da professora, partiu da gravação de uma aula, feita por uma aluna… Diz hoje o JN que essa gravação pode não servir de prova, mais que isso pode ser considerada ilegítima e – é já o DN quem o afirma – a aluna que gravou a professora corre um sério risco de punição, ela também… Invoca-se o regulamento interno da escola que proíbe o uso de telemóveis e outras tecnologias nas salas de aula… outras tecnologias, menos o Magalhães, claro. Acontece entretanto – e convém que se diga p’ra que não fiquem pontas soltas - que alguns alunos, os mais velhos pelo menos, acham esta professora a mais espectacular de toda a escola e há 2 anos, um jornal de Espinho, dedicou mesmo uma página inteira ao perfil e elogio desta mesma professora.
Ainda no JN ouçam-me esta pequena chamada de capa… Os portugueses, em 2008, gastaram 100% dos salários no crédito à habitação… Cem por cento. O guito todo.
E já estamos no Correio da Manhã, onde temos ainda a professora de Espinho a ilustrar a primeira página… a ilustrar mesmo, com fotografia e a legenda que diz que as alunas que a denunciaram foram ou estão a ser ameaçadas através de mensagens de SMS e alegadamente ameaçadas pelos colegas que apoiam a professora.
O outro rosto de capa é a irmã Lúcia, ex pastora e vidente de Fátima… enfim, vidente de Fátima, não tanto que, Fátima mesmo, a vila, toda a gente podia ver, o que a , na altura ainda pastora, viu foi a Virgem mãe de Deus a falar com ela em cima de uma árvore, como sabeis… a partir daí, como a povoação mais próxima era Fátima, a Virgem ficou a ser chamada de Senhora de Fátima, por uma questão de facilidade e também, pelas mesmas razões, se passou a abreviar a designação que identifica as crianças que testemunharam o fenómeno, como “videntes de Fátima”, tout court… Seja como for, fala-se aqui de Lúcia de Jesus dos Santos, já o nome lhe era profético… a irmã Lúcia do Coração Imaculado, como ficou conhecida desde que se enclausurou num convento das Carmelitas Descalças. É ela que aguarda a beatificação da Santa Sé e a propósito de quem, hoje o Correio escreve que... “Igreja acelera beatificação de Lúcia”. O processo corre no Vaticano e diz o Correio que pode ser mais rápido que o da própria Madre Teresa de Calcutá…
Explica-se esta ultrapassagem a caminho do céu, porque, como diz o Correio, há relatos de milagres da vidente de Fátima, quanto a Madre Teresa, o único milagre que se lhe reconhece é o da bondade e ter dedicado a vida à militância activa em favor e benefício dos mais pobres e desprotegidos. Não consta de facto que tenha curado alguma queimadura de óleo das batatas no olho de alguém, ou guardado ciosamente qualquer segredo que o mundo precisasse mesmo de saber.
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