E, tirando os económicos, todos os outros puxam a Liga dos Campeões para a primeira página. A Liga dos Campeões de Futebol e o empate do Porto ontem em Inglaterra frente ao Manchester. Um empate com sabor a vitória, tendo em conta a envergadura do adversário e o facto de se jogar fora de casa. Um empate a dois golos foi o resultado. Um dragão com alma de campeão, diz o Correio da Manhã. Dragões de luxo, chama-lhes o 24 Horas.
Mas os económicos não. O Diário Económico faz manchete com o mais de meio milhão de casas, que se encontram à venda neste momento em Portugal. 10% do total do mercado. Acontece que agora são mais casas velhas, o que se encontra, do que habitações a estrear.
No Jornal de Negócios, a manchete vai para a Quimonda.
Diz o jornal que os alemães da Quimonda tiraram 150 milhões de Portugal em Dezembro. Eram os lucros acumulados. Semanas depois, como se sabe, o tribunal de Munique recebia o pedido de insolvência da empresa.
E depois a guerra dos medicamentos. Hoje o Jornal de Negócios publica uma entrevista com João Cordeiro, presidente da Associação Nacional de Farmácias. No essencial e em título, o jornal destaca esta frase: “Ilegalidade na venda dos genéricos? A ministra que resolva.” E aqui parece resumir-se uma boa parte de toda esta polémica. Ou seja, com cada um dos intervenientes responsáveis a empurrar para o outro a própria responsabilidade da decisão final.
Olha a capa do Público! Aqui o destaque não faz a manchete, mas merece ainda assim chamada de capa. António Arnaud, o fundador do Serviço Nacional de Saúde, como o jornal faz questão de lembrar… António Arnaud é hoje citado no Público, a propósito desta guerra dos medicamentos. E terá dito António Arnaud – aqui ressalve-se, que a afirmação, pode ser que o jornal a tenha isolado do contexto de forma tal que, por isso mesmo, ela soe um pouco estranha, para não dizer insólita, mas vamos lá… Diz António Arnaud, que “a legislação deve ser alterada, para permitir que seja o doente a decidir sobre a compra de medicamentos de marca ou genéricos.” E é assim, tal e qual que está aqui escrito.
É ou não é estranho, quando um dos argumentos e receios dos médicos é justamente o facto dos genéricos poderem ter na sua composição excipientes ou outras drogas conexas, que possam fazer mal, ou provocar reacções indesejáveis? … Quando a principal reserva dos médicos é a de que, o que está aqui em causa é uma guerra de interesses comerciais e não de saúde pública? Quando os médicos afirmam, que a Associação Nacional de Farmácias está a escamotear esse facto, para iludir o consumidor e fazê-lo acreditar que não há perigo e que é tudo, de uma forma ou outra, em benefício do doente? … António Arnaud acha que deve ser o doente – aquele que no meio disto tudo é decerto o que tem menos informação sólida na matéria, aquele que está a ser, aliás e em boa verdade, a ser assustado e confundido por todos os envolvidos no processo… acha então, António Arnaud, que deve ser o doente a decidir. Seja.
Na capa do DN deixa-se o alerta: “Há Câmaras municipais em Portugal sem meios para rede de comunicações em caso de emergência.” Diz o jornal, que algumas estão a tentar negociar sistemas autónomos de comunicação, já que aderir ao SIRESP, o sistema integrado e global proposto pelo Governo, lhes sai demasiado caro.
E a crise de novo. A crise e os danos colaterais. Diz o JN, que a saúde vai vigiar as vítimas da crise, ou seja, daqui a 2 meses sai para o terreno uma unidade especial de alerta, para doenças relacionadas com a crise. Os efeitos do desemprego e, mais que isso, a situação dos novos pobres. Situações de maus-tratos e de doenças historicamente relacionadas com a pobreza e a miséria, como é o caso da tuberculose.
Outras contas surgem em rodapé na capa do Correio da Manhã. Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, diz que tem um cadastro com 6 milhões de devedores, em empréstimos e créditos mal parados.
Puta que pariu, com vossa licença, seis milhões é mais de metade de Portugal!
Sem comentários:
Enviar um comentário