E a avaliar pela primeira do Económico, de economia não trará esta Quarta muito para dizer, tanto que o jornal teve até de preencher meia página com um anúncio a uma operadora de televisão.
Vamos então espreitar o de Negócios a ver o que se passa – e o que se passa é que hoje Portugal se submete à 3ª chamada da avaliação contínua da tríade internacional de resgate. O de Negócios apresenta os 8 temas que vão dominar este terceiro exame... ainda no de Negócios– é definitivo - Governo propõe um banco de horas para os trabalhadores do Estado. É notícia em destaque também no Público – Governo quer mobilidade sem restrições na função pública, mesmo para outras cidades.. outras medidas anunciadas na primeira do Público... o trabalho extra será pago a metade e o descanso compensatório será eliminado. Já quem tiver dias de férias em atraso , é despachar-se que terá de as gozar até Abril.
Outra notícia do dia remete-nos para Beja e para o crime que deixou a cidade em choque. Hoje o Correio da Manhã escreve em título que o alegado homicida, que matou mulher, filha e neta, ao que parece depois de as ter drogado... pois diz hoje o Correio que há indícios de abusos sexuais deste homem sobre a filha, que terão sido já em seu tempo denunciados à Judiciária. Ou seja, a neta poderia ser filha dele.
E aqui começamos a entrar numa espécie de reino do absurdo.. Entremos então.
E na primeira do Jornal de Notícias até ficamos bem servidos nesse particular. Ainda em relação com o crime de Beja, escreve o JN:: drogou mulher , filha e neta antes de matá-las à catanada... Depois esta: em Penafiel presos por roubarem o avô na noite de natal... ou então esta: Homem recebe conta de aborto que fez no hospital ... e para fechar este JN fiquemo-nos só com mais esta... sempre a crescer o calote das autarquias. A dívida à Águas de Portugal é de 450 milhões de euros... e aqui permitam-me uma pausa brevíssima... porquê , como, com que justificação, mesmo incluindo a de falta de dinheiro, pode uma câmara municipal, ou outro qualquer organismo público ficar a dever o que compra, ou consome, ou o que seja ? Não é um péssimo princípio? É que, em ficando a dever 2 tostões, rapidamente se chega a esses milhões de que fala a notícia...
No Diário de Notícias o destaque do dia vai para a falta de dinheiro das farmácias... o que alegadamente as leva a cortar em um terço os medicamentos em armazém. Em sub título acrescenta-se que são as reduções constantes nos preços, a diminuição das margens de lucro e a dificuldade em aceder a produtos esgotados, o que está a obrigar a uma nova gestão dos produtos disponíveis para venda imediata. Ora, a baixa dos preços.. não parece ter uma relação assim tão directa.. já a redução da margem de lucro, essa começa a fazer um pouco mais sentido, enquanto motivo. Quanto à dificuldade em aceder a produtos esgotados... bom aqui, mesmo sem aspirina, basta a lógica e o senso comum... se o produto está esgotado, é natural que seja difícil consegui-lo.. ou como se diz em português , com uma certa ironia absurda.. pois, hoje, só se for amanhã.
E da primeira do I, estou indeciso entre tentar perceber porque é que a estilista Ana Salazar, este ano, se recusou a participar na Moda Lisboa e o saber porque é que dispararam em Portugal os pedidos de licença de uso e porte de arma de defesa pessoal... por isso, caguemos e vamos em frente.
Mas, de uma coisa vos posso dar a certeza.. é que pouco me entusiasma saber se é verdade o que I escreve, já a cair da capa.... aqui, onde diz que os números indicam que estamos muito pior que os gregos... mas, enfim, penso que já percebemos que nesta guerra nem são tanto os números que mais importam, mas a atitude, a autoridade, a pose, com que as contas se apresentam. Porque, se fossemos a números, descobríamos, se calhar, quem estivesse bem pior que nós, sem ter por isso perdido o crédito e a confiança dos especuladores e investidores internacionais.
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