E hoje os jornais destacam duas matérias em particular.
E depois o resultado da reunião de ontem do conselho da concertação social... foi uma reunião longa e o jornal I fala em revolução no trabalho. O Público diz que se foi mais longe do que pedia o acordo assinado com a tríade do FMI, BCE, e Comissão Europeia... o despedimento será mais barato a partir de Novembro – diz o Económico... faltar junto a um feriado vai custar dois dias de trabalho, escreve o Diário de Notícias...
De ontem, vem também a notícia de que o mercado paralelo, ou a economia paralela, ou o mercado negro... enfim, esse, representa já mais de 25% do produto interno bruto nacional... por outras palavras, no caso, em números, a fuga ao fisco anda pelos 40 mil milhões de euros. Segundo o Correio da Manhã, por exemplo, este empresário , diz que muito reputado, do ramo do mobiliário... só ele parece que deve meio milhão de euros em impostos. Está a ser investigado...
E depois chegamos à manchete do dia.
Sem sombra de dúvidas este é o título mais surpreendente dos últimos tempos, ou pelo menos desde os tempos de Luis 14... "Lei de Vitor Gaspar protege banco central de cortes nos salários" - é a manchete do Jornal de Negócios. Em sub título acrescenta-se que as Finanças dizem que o Banco de Portugal é soberano na decisão... e em entrada de texto lê-se ainda que a nova lei orgânica do Ministério das Finanças, aprovada em final de Dezembro, reforça a protecção do Banco de Portugal contra os cortes salariais aplicados a toda a Administração Pública. Assim sendo – continua o Jornal de Negócios – o Banco de Portugal deixa de ser uma autoridade administrativa independente, como os outros reguladores, para assumir um papel único no Estado...
Portanto, o Banco de Portugal deixa de ser uma autoridade administrativa independente, para ser considerada uma outra coisa qualquer, única no Estado...
A rematar a prosa, o jornal escreve que no Banco de Portugal se entende que um corte salarial seria uma violação grave da lei laboral. Desta forma... e com o estatuto especial que o ministério – ia a dizer da tutela, mas se calhar isso ofenderia o estatuto especial e único do Banco Central Nacional... que , ao que parece, o Banco de Portugal tutela-se a ele próprio... portanto – desta forma – e com o estatuto especial que o governo central lhe reconhece, o Banco de Portugal não viola a lei do trabalho, mas talvez atente um pouco mais que um pouco, contra o respeito que merece a assim chamada esmagadora maioria do povo trabalhador, que não trabalha no Banco de Portugal.
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