E temos hoje, na primeira do Jornal de Notícias, dois casos de polícia.
Primeiro este: Alberto Gomes, chama-se o oficial, trabalha na esquadra de Santiago, em Aveiro e, diz o JN, que usa sorrisos e beijos em vez do casse-tête e foi assim que pacificou o bairro e a vizinhança. O bairro de Santiago é considerado o mais conflituoso de toda a cidade de Aveiro.
A outra fala desta mulher polícia que está sob investigação da Judiciária, porque se desconfia que perdoava multas a quem lhe comprasse produtos cosméticos – donde se conclui que esta agente tinha assim este pequena ajuda de custo para equilibrar o orçamento - vender cosméticos. E segundo consta também, aos clientes dos cosméticos arranjava um jeito de se lhes perdoar multas e coimas.. ou antes – fazê-las desaparecer.
Outras fantasmagorias. Esta faz manchete mesmo no JN: Dois milhões de utentes fantasmas... (aqui tenho dúvida se o fantasma devia ou não concordar em número com o utentes.. utentes fantasmas, ou utentes fantasma?) Enfim, adiante. Em sub título lê-se que 12 milhões de utentes estão inscritos nos centros de saúde e que o bastonário garante que, se fosse limpa a lista de utentes e varrido esses tais dois milhões de fantasmas... ninguém ficaria sem médico de família. Esta é uma conclusão curiosa... mas não vamos ter agora tempo para isso...
No Diário de Notícias, em letra grande, como quem aponta o dedo, temos este título: Dirigentes da Águas de Portugal custam 8 milhões por ano ao Estado. Vem o título a propósito da corrida aos 400 lugares abertos para os órgãos sociais da empresa e que começa esta semana.
Mais duas na primeira do DN...
Primeiro esta, que diz que os tesouros do palácio da Pena estão em fase de restauro.. os vitrais, os tectos, as janelas... quase tudo e tudo à vista dos visitantes.
E depois esta denúncia. Diz que o governo está atento às mafias que recrutam em Portugal mão de obra para França , Holanda e Alemanha. Os trabalhadores partem sem contrato escrito e uma promessa de ordenado de mil euros... quando chegam, acabam por receber menos e os contractos não têm nada a ver com o prometido.
E já que estamos a falar em trabalho e emprego deixem que cite esta frase enigmática de António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal... Diz que a lei laboral é só um pedregulho na estrada do crescimento – e aqui tenho uma dúvida – se vem de pedra, porque se escreve pedregulho e não pedragulho?... Adiante.
E em rodapé na primeira do Público de hoje... depois de se saudar em letra grande o regresso de Suu Ki à vida política pública e activa... Diz o jornal que depois de 15 anos de prisão a mãe Suu , nobel da paz birmanesa, fez a primeira acção de campanha para as eleições. E depois também de se anunciar que os utentes do Serviço Nacional de Saúde recorrem cada vez mais a consultas à distância – ou seja por telefone ou correio electrónico... O ano passado foi o que aconteceu em 6 milhões de casos. Depois disto tudo temos uma notícia que sobra para outros jornais do dia.
Esta.
Começa hoje em Bruxelas mais uma cimeira europeia... o Diário Económico escreve em título, que esta cimeira começa condicionada por uma pressão sobre a Grécia – ou seja, que o risco de perda de independência da Grécia é um fantasma que paira sobre esta reunião, que pretende discutir o crescimento nos países da zona euro. Já na primeira do de Negócios, Carlos Gaspar, investigador do InstitutoPortuguês de Relações Internacionais, considera que a sobrevivência da União Europeia está hoje posta em causa e que a nossa soberania se defende com os parceiros europeus.
Quanto a estas referências preocupadas sobre o futuro mais próximo da Grécia... o que se passa é que – e é mesmo sublinhado na primeira do jornal I e do Público também... acontece que a chanceler alemã terá levantado a hipótese, ou a sugestão, de pôr Atenas sob controlo directo de Bruxelas... ou, como escreve o I – Berlim quer ocupar Atenas e talvez Lisboa – acrescentando que o executivo alemão defende que os países que não atingem os objectivos dos programas de ajuda externa devem ser governados a partir de Bruxelas... Enfim, a verdade é que esta Bruxelas, de que Berlim fala, não é tanto a capital da Bélgica, mas da União Europeia. E é justamente enquanto capital da União Europeia que esta Bruxelas se tem revelado absolutamente incapaz de se governar a si própria. E que é agora sugerida pela chanceler alemã para que governe países em dificuldades maiores ainda do que a própria União no seu todo...
É curioso. Soa quase como pedir a um paralítico : dá aí uma mãozinha!
Sem comentários:
Enviar um comentário