E vem no Público, em manchete, que Passos diz que não irá pedir mais tempo nem mais dinheiro à Troika. Ora, a última vez que se ouviu declaração semelhante era outro, o primeiro ministro. Só não me lembro quanto tempo demorou entre Sócrates dizer que não precisava de ajuda externa e o que depois se viu...
E ontem o que se viu, quem passou pelas portas de Belém, foi um grupo razoável de gente manifestando-se contra as declarações de Cavaco. Ainda na primeira do Público – moedas e arroz doados a Cavaco num protesto simbólico contra declarações do presidente sobre a reforma. Cerca de 200 pessoas juntaram-se à porta do palácio de Belém. Entretanto, como se sabe e os jornais hoje referem-no também, corre on line uma petição pela demissão de Cavaco da presidência da República. Leva mais de 25 mil assinaturas, sendo que bastam 4 mil para que o caso suba a apreciação parlamentar. E deixemos agora isso.
Nos de economia, temos o de Negócios anunciando que se prepara uma nova vaga de rescisões na função pública. O Económico também o refere: Nova vaga de excedentários na função pública arranca em Maio ... e se calhar já devia ter arrancado, pelo menos pelo que diz o de Negócios é o que se conclui – diz assim: plano de redução da administração central está atrasado – função pública prepara-se para começar a dispensar em Maio.
Outros assuntos... Em letra mais discreta , no Económico, António de Sousa, da Associação Portuguesa de Bancos e um dos convidados do Fórum Crédito e Educação Financeira, organizado por este mesmo jornal... António de Sousa defende como prioridade da banca, a formação financeira desde a juventude... isto porque considera que uma maior literacia financeira é boa para as pessoas e para os bancos.
E aí está o que parece responder à manchete do Correio da Manhã.
A esta que diz assim: Batota na Banca denunciada por CMVM—a autoridade da Bolsa alerta os consumidores, para as ofertas dos bancos... produtos complexos e enganadores. Diz também que Carlos Tavares, presidente da CMVM, lança etiquetas para avisar de risco financeiro – já o de Negócios o tinha anunciado em chamada de capa –produtos financeiros complexos vão passar a ter sinais de perigo.
Da primeira do I retiro só este título curto e quase anedótico – diz assim- alerta do FMI: párem com a austeridade.. Pronto, depois deste momento de boa disposição, vamos em frente.
No Jornal de Notícias avisa-se que as obras de recuperação do teatro Garret, na Póvoa do Varzim, se arrastam por falta de dinheiro. Enfim,aqui a notícia mesmo é --- ser notícia.
Diz também este JN que 5 cientistas portugueses foram distinguidos por um instituto americano. Independentemente do valor académico da distinção, temos que cada um vai receber 513 mil euros e isso já não é nada mau...
E o Diário de Notícias.... hoje dá as honras todas ao aniversário do rei.. o Pantera Negra.. o eterno Eusébio.. faz hoje 70 anos e confessa , na capa do DN, que nunca pensou que chegasse a esta idade. Mas chegou e o DN abre hoje um pequeno especial em honra de Eusébio da Silva Ferreira.
E daqui tirava só mais esta, que nos remete para um assunto que também está a agitar as águas da polémica.
Tanto quanto as pensões e reformas e declarações desastradas de Cavaco Silva, fala-se e comenta-se e contesta-se o estatuto especial do banco de Portugal, na questão dos cortes salariais e de subsídios. Diz o DN – Partidos incapazes de impor cortes ao banco de Portugal. Diz que a maioria reconhece que não pode tomar nenhuma iniciativa legislativa que obrigue o banco regulador a cortar subsídios de férias e de natal.
Ora abóbora, e com todo o respeito! Comecemos por aqui. Como é que o banco de Portugal ganhou este estatuto especial?.. Porque uma lei assim o determinou e as leis fazem-se à medida das necessidades, sendo o Parlamento a casa onde tudo começa e se decide. Basta, então, que se faça uma lei que retire ao banco de Portugal esse estatuto de excepção. E para isso é que os deputados foram eleitos... para legislar. Não é o Parlamento, uma Assembleia Legislativa? Não é ali que se fazem, propõem, aprovam, e chumbam todas as leis...? Diz o jornal que os partidos se reconhecem incapazes.
Bom, já é um bom princípio, apesar de tudo.
Sem comentários:
Enviar um comentário